
Na segunda-feira,26, a Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, enviou uma mensagem gravada à reunião de segurança alimentar 2009 da ONU, realizada em Madri. Na mensagem, Hillary afirmou que as políticas para a erradicação da fome no mundo estão entre as prioridades do governo de Barack Obama. "O presidente Obama deixou claro que aliviar a fome ao redor do mundo é uma das maiores prioridades do seu governo", disse a Secretária de Estado.
Parece que o "Baraca" já começou com as fanfarronices. Dizer que uma das prioridades de seu governo é "aliviar" a fome ao redor do mundo só pode ser brincadeira de mau gosto. Os 963 milhões de famintos existentes hoje no mundo não precisam que a fome seja "aliviada", precisam mesmo é que ela acabe. E se as grandes potências mundiais quisessem poderiam acabar com a fome amanhã. Isso mesmo. Amanhã. Ou até hoje, se for o caso.
Segundo dados da FAO, departamento das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, em 1970 a produção mundial de grãos (base alimentar dos povos do planeta) foi de 1,225 bilhão de toneladas para uma população de 4,003 bilhões de pessoas (uma média de 306 quilos por pessoa). Em 2007, a produção foi de 2,219 bilhões de toneladas para 6,453 bilhões de habitantes, ou seja, uma média de 344 quilos por pessoa. Estes números mostram que a colheita de grãos cresceu 12% a mais que a população.
Diante desse quadro avassalador, cabe uma pergunta-chave: o que justifica hoje a fome de quase 1 bilhão de seres humanos? A resposta? Nada! A não ser a sede assassina do capitalismo por lucros.
Não está nos planos das multinacionais - que controlam a produção de alimentos no mundo - acabar com a fome. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca. O motivo? Não é lucrativo.